Aprenda a ir muito além da leitura de rótulos

Eles são tão onipresentes que a gente se pega pensando que estão no planeta desde o nosso primeiro ancestral. “Ultraprocessados: o que são, de onde vêm e a que será que se destinam?” é o novo curso online do Joio Formação. Ao longo de 16 aulas, trazemos a você a reflexão que surge dos nossos seis anos de investigações jornalísticas sobre como os ultraprocessados avançaram na mesa da população brasileira.

 

O que você aprenderá neste curso online?

Na introdução, você conhecerá João Peres, seu professor neste curso. Ele contará o que move O Joio e O Trigo a investigar alimentação e vai apresentar a classificação NOVA, que criou o conceito de ultraprocessados.

 

A primeira parte do curso se debruça sobre o que são os ultraprocessados. Você entenderá por que esses produtos são uma ruptura na história evolutiva humana e quais os princípios que guiam sua produção. Como são feitos? Por que têm tanto apelo para os nossos sentidos? Essas e outras perguntas serão respondidas nas primeiras cinco aulas.

 

Na segunda parte do curso, João mostra de onde vêm os ultraprocessados. Você vai conhecer o punhado de corporações que produzem praticamente todos os produtos que você encontra no supermercado – e entender suas táticas de publicidade e marketing. Mas também vai dar um passo além para entender a racionalidade que domina o sistema alimentar globalizado, através de marcos históricos como a Revolução Industrial e a Revolução Verde e conceitos como o nutricionismo.

 

A terceira parte é dedicada às consequências de um sistema alimentar dominado por corporações de ultraprocessados. A que será que esses produtos se destinam? Quais são as consequências na nossa saúde? Esta e outras reflexões guiam a última parte do curso.

 

Ao final deste curso, você terá as ferramentas básicas para ir muito além da análise dos rótulos dos ultraprocessados, e entender não só esses produtos, mas o sistema alimentar globalizado – e seus problemas.

 

Para quem é este curso online?
O curso é voltado a quem deseja partir do básico sobre o assunto, mas também a quem já está iniciado nessa discussão. Fugimos da ideia de que tudo se resume a um decoreba para saber o que é ou não ultraprocessado. Nossa intenção é oferecer chaves de raciocínio para escaparmos da noção de que biscoitos, salgadinhos, iogurtes açucarados e companhia são inevitáveis. O fim da História. Longe disso.

 

Requisitos e materiais
Não é preciso nenhum conhecimento prévio sobre ultraprocessados para realizar este curso.
Quanto aos materiais, você precisará de um celular ou um computador.

 

O curso é totalmente online.

 

Sobre João Peres

João Peres é repórter. Antes do Joio, passou por redações tradicionais e da chamada “mídia alternativa”. Ao longo de duas décadas, tem investigado sobre a construção do poder, e nos últimos anos aprofundou as reflexões sobre o poder privado. É autor de Corumbiara, caso enterrado, finalista do Prêmio Jabuti 2016, e coautor de Roucos e sufocados e de Donos do mercado, todos publicados pela Editora Elefante. Ganhou o Prêmio Vladimir Herzog e o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo.

 

 

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PARTE 1: O QUE SÃO?

 

Aula 1 – Introdução

Olá! Eu lhe dou as boas-vindas ao curso “Ultraprocessados: o que são, de onde vêm e a que será que se destinam?”. Nesta aula, eu vou te explicar o que move O Joio e O Trigo a investigar alimentação, além de introduzir a classificação NOVA, que criou o conceito de ultraprocessados e se contrapôs ao paradigma até então dominante, da pirâmide alimentar.

 

Aula 2 – Uma ruptura

Os ultraprocessados são uma ruptura com 300 mil anos de história evolutiva humana. Nesta aula, a gente conversa sobre as consequências disso. Também te conto com detalhes como os cientistas chegaram a esse conceito e te explico por que a classificação NOVA não deve ser encarada como um concurso de produtos melhores ou piores.

 

Aula 3 – A destruição do alimento
Nesta aula, a gente mergulha no livro que foi um divisor de águas no debate sobre sistemas alimentares: “O Dilema do Onívoro”, do jornalista Michael Pollan. A partir do exemplo do milho, vamos entender que, por trás de todo ultraprocessado, existem pouquíssimas commodities.

 

Aula 4 – A remontagem das peças
O que te vem à cabeça quando você pensa na palavra “aditivo”? Conservação de alimentos? Bom, nessa aula a gente mostra que os aditivos cumprem muitos, mas muitos outros papéis – e, sem eles, não existiriam ultraprocessados.

 

Aula 5 – Não é por acaso

Se pratos tradicionais são resultados de receitas, ultraprocessados são resultado de fórmulas muito precisas. Nessa aula, vamos olhar para um livro que revelou os bastidores dessa indústria – “Sal, Açúcar, Gordura”, de Michael Moss – para ver como acontece o desenvolvimento desses produtos.

 

PARTE 2: DE ONDE VÊM?

 

Aula 6 – Da conservação à superação dos alimentos
O século 19 foi um período de reorganização do conhecimento e das práticas sociais que teve profundos impactos sobre a nossa alimentação. Nessa aula, vamos examinar a Revolução Industrial e conhecer a história do nascimento do primeiro ultraprocessado: a margarina.

 

Aula 7 – Transformações no campo
Vimos na aula 3 que os laços que ligam o agronegócio e a indústria de ultraprocessados são mais apertados do que pareciam à primeira vista. Nessa aula, vamos examinar como três mudanças no campo – todas nos Estados Unidos – correram o mundo e redesenharam nossos sistemas alimentares.

 

Aula 8 – O surgimento do indivíduo nutricêntrico
Você sabia que todos nós, em alguma medida, somos indivíduos nutricêntricos? Nessa aula, a gente te explica o que isso significa e como esse paradigma deu – e continua dando – um empurrãozinho e tanto para a venda dos ultraprocessados.

 

Aula 9 – O exemplo da margarina

Nessa aula, a gente retoma a história da margarina – um ultraprocessado que durante décadas foi considerado saudável. É o exemplo perfeito de como o nutricionismo, ao desconsiderar a forma como os produtos alimentícios são feitos, acaba colocando a saúde coletiva em risco.

 

Aula 10 – Ultraprocessados do bem?
A indústria de ultraprocessados alega que é parte da solução para resolver os problemas que ajudou a criar. Nessa aula, vamos examinar exemplos concretos que colocam em xeque esse discurso.

 

Aula 11 – Corporações
Um punhado de corporações controla o que chega nos supermercados no mundo todo. São essas empresas que detém as tecnologias e ditam o ritmo de uma indústria multibilionária. Nessa aula, vamos olhar para as 10 maiores transnacionais e suas estratégias de negócios no Brasil.

 

Aula 12 – Publicidade e marketing
Ultraprocessados são sinônimo de publicidade e marketing. Você já viu alguma campanha memorável de chuchu? Ou uma ação revolucionária para a abóbora? Nessa aula, a gente define o que é marketing – que vai muito além da comunicação – e destrincha o exemplo da Kellogg Company, fabricante do Sucrilhos.

 

PARTE 3: A QUE SERÁ QUE SE DESTINAM?

 

Aula 13 – Efeitos para a saúde
Esta tem tudo pra ser a década a partir da qual se tornará impossível – ou, pelo menos, negacionismo brabo – fingir que ultraprocessados não fazem mal à saúde. Nessa aula, a gente fala sobre algumas das pesquisas mais citadas e te explica os diferentes tipos de estudos científicos, com seus prós e contras.

 

Aula 14 – Bagunçando a cuca
Nessa aula a gente conversa sobre o que está na fronteira do conhecimento científico – ou seja, problemas que os cientistas desconfiam que estão fortemente associados ao consumo desses produtos, mas que ainda exigem mais estudos e investigação. É o caso da adicção alimentar em crianças e da depressão. Também falamos um pouco sobre uma pesquisa que tenta entender como nossa mente se comporta quando confrontada pelos ultraprocessados.

 

Aula 15 – Prejuízos coletivos
Nessa aula, a gente conversa sobre tudo o que não entra no preço dos ultraprocessados: os prejuízos coletivos que recaem sobre as pessoas, os governos, os animais e o meio ambiente.

 

Aula 16 – Horizontes
Os ultraprocessados não são o fim da História – ou, pelo menos, não precisam ser. Na despedida do curso, falamos sobre as conexões dos ultraprocessados com o sistema alimentar globalizado e elencamos algumas soluções coletivas para a crise das doenças crônicas.